8ª IHHC termina com bom saldo para a ferrovia
A 8ª IHHC deu a técnicos brasileiros a oportunidade de conhecer a realidade de outros países. Além disso, eles terão acesso à vasta literatura, através da transcrição dos 98 trabalhos apresentados, que abordam quatro anos de avanço da tecnologia do setor. O balanço foi relizado pelo diretor-executivo da Associação Nacional dos transportadores de Carga Pesada (ANTF), Rodrigo Vilaça, no último dia da 8ª Conferência Internacional de Ferrovias de Transporte de Carga Pesada - evento que ocorreu em paralelo ao Seminário Internacional de Negócios e à feira Brazil Rail 2005, no Riocentro, de 14 a 16 de junho. Segundo o diretor da entidade, eventos como esse ajudam o Brasil a dar um salto de qualidade nesse momento em que ocorre uma revitalização do setor. Ele citou como exemplo os Estados Unidos, país em que a durabilidade de uma roda chega a dois milhões de quilômetros, enquanto, no Brasil, temos uma média de 300 mil a 400 mil quilômetros. Já o Seminário Internacional de Negócios deu oportunidade de conhecimento a estratégias e planejamento. “O Seminário deu aos nossos executivos uma visão importante dos países que estão mais evoluídos e tem histórico ferroviário muito maior que o nosso”, disse Vilaça. Sobre a Brazil Rail 2005, o diretor da ANTF foi categórico: “Não temos aventureiros nesse setor e a feira contou com um time de primeira linha. A indústria vai evoluir com a busca pela qualidade e os fornecedores nacionais e internacionais vão buscar um ‘selo’ de qualidade, sempre com a preocupação ambiental”, afirmou. “O evento foi importante porque reuniu todos as principais empresas do setor. Isso acelera os contatos e os projetos”, avaliou o diretor do Departamento de Operações Logística da Companhia Vale do Rio Doce, Eduardo Bartolomeo. Outro aspecto de destaque foi a vinda ao Brasil dos principais executivos de multinacionais que têm influência no mercado brasileiro. “Para o presidente da international Heavy Haul Association (IHHA), Ronaldo Costa, a conferência não poderia ter sido melhor , em termos de troca de informações e, particularmente, de encontro de referências tecnológicas em países como os Estados Unidos, Austrália e Canadá. “Alguns não conheciam o Brasil e hoje mudaram a visão de que somos apenas mais um país do terceiro mundo: descobriram que somos competitivos em indicadores e performance. Um exemplo é a confiabilidade dos nossos materiais rodantes, que superam o australiano e o canadense”. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, Luis Cesário da Silveira, enfatizou a possibilidade da realização dos negócios entre os fabricantes. “Não temos um balanço fechado, mas sei que, pelo menos, 15 empresas se interessaram por alguns produtos expostos”. A informação foi confirmada pelos espanhóis. O técnico em Comércio Exterior da Espanha, Juan Antonio Afán Rosa apontou para um trilho exposto e disse: “Ele já foi vendido”. Segundo ele, os espanhóis têm muito interesse no mercado ferroviário brasileiro, assim como em tudo que diz respeito ao país. Para o gerente de Exportação da Amsted Maxion, André Barski, o diferencial da feira foi a visita de quem, realmente, conhecia a ferrovia. “Ninguém veio aqui só buscar papel”, assinalou. `A Conferência teve um sabor especial para a VAE Brasil, já que estamos montando nossa primeira fábrica no país. A expectativa é de que, no fim do segundo semestre, já estejamos produzindo em São Paulo tecnologia inédita no país como, jacarés móveis, agulhas com otimização cinemática e trilhos ultra-longos. Também fizemos muitos contatos novos e reforçamos a nossa presença no mercado”, finalizou o diretor da VAE Brasil, Silvio Franco.
Fonte: Revista Ferroviária
Fonte: Revista Ferroviária