21/06/2005

Ferrovia é tema de artista plástico

O artista plástico Edi Balod mostra a exposição "Paralelos", no Espaço Obra Prima, em Criciúma, até o dia 31 de julho. Trabalhando a temática do carvão, Balod dá seqüência à mostra "Trilhos", realizada em 2001. A proposta é desenvolver a cultura relacionada à estrada de ferro Tereza Cristina. Para explicar a razão da temática abordada, Edi volta a 2001 quando abriu, no shopping Della Giustina, a mostra “Trilhos”, em que expôs um pouco do seu trabalho sobre a ferrovia. O autor, que também é professor dos cursos de Geografia, História e Arquitetura da Unesc, organizou vários elementos ferroviários e, utilizando de técnicas e materiais bem diferenciados, foi traduzindo esteticamente os elementos da ferrovia como trilhos, dormentes e ferros em todos os seus trabalhos. Em cada obra, demonstra sua preocupação em resgatar parte de uma história que engloba aspectos econômicos e culturais de toda uma região. “Nos anos 50 existia um locomotiva de passageiros chamada de "Horário". Ficou conhecida assim porque estava sempre no horário certo, e isso é histórico. Teve uma época em que a locomotiva era um acontecimento importante”, disse. Edi considera que os trilhos alavancaram o progresso desta região, e neste contexto estão inseridas as minas de carvão e toda questão social. "A riqueza concentrada nas mão de poucos", considerou. Em “Paralelos”, Edi faz uma viagem à sua infância, quando para ir à escola percorria todos os dias os trilhos de trem que seguiam no trajeto da Centenário. E, influenciado pelos filmes de faroeste, no seu imaginário infantil as locomotivas eram como “monstros cuspindo fogo”. Quando criança, aquilo o impressionou tanto que hoje ele retrata parte destes pensamentos e sonhos em suas obras. Ele ressalta que esta mostra é universal, pois os trilhos podem ser compreendidos em diversas partes do mundo. Em um dos seus quadros está representado os pregos que fixam os dormentes nos trilhos, na técnica impressão em acrílico sobre tela, faz a representação real dos pregos de "Calville", chamados pelos trabalhadores das ferrovias de cabeça de cachorro e um outro tipo de cabeça de barata. Diz que a idéia da arte minimalista é trabalhar a repetição dos traços, como se fossem a seqüência dos dormentes e dos trilhos. E neste contexto aparecem algumas paisagens, que ele remonta em preto no branco, e que podem entendidas como dunas de areia ou como montes de pirita, pois a linha férrea passa do interior ao litoral e, nesta repetição, por diversos cenários. Extraído da matéria de Patrícia Nonnenmacher, do Jornal da Manhã

Fonte: Jornal da Manhã

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