22/12/2005

A alegria do Natal chega pelos trilhos do trem

Papai Noel distribui balas e presentes a crianças de nove municípios do Litoral Sul catarinense
Rodrigo Stüpp

Tubarão ­ O dia já estava claro, mas o sol ainda se escondia acima das nuvens. No horizonte, a luz tinha outra conotação: esperança. Vinha em linha reta, sobre os trilhos do trem. Quatro vagões abarrotados de brinquedos, quase tão aguardados quanto o menino Jesus. Os acenos, de lá e de cá, eram o primeiro contato de Papai Noel e seus ajudantes com algumas comunidades carentes. Foi assim segunda e terça-feira, no Sul do Estado. O trem de Natal da Ferrovia Tereza Cristina chegou com balas, carinho e presentes. E partiu deixando sorrisos.

O apito, o animador ao microfone e a música natalina despertavam a atenção. Durante dois dias inteiros, os vagões que cortam as cidades do Litoral Sul para transportar matéria-prima, carregaram e distribuíram alegria. Papai Noel jogava doces e beijos. Nas ruas, crianças e adultos retribuíam. Nas janelas das casas humildes, os portões eram abertos e as cercas puladas com pressa. Os pequenos corriam para festejar.

Acompanhavam o trem, enquanto recolhiam os carrinhos e bonecas jogados lá de cima por jovens funcionários da Ferrovia ­ todos de camiseta e gorro vermelho. Foram 25 mil brinquedos arrecadados, número recorde desde 1997, quando o trem de Natal iniciou.

Somados às mais de 100 mil balas, eles fizeram a alegria em 27 pontos de nove municípios. Na segunda-feira, o trem saiu cedo, às 6h30, de Siderópolis, com destino a Jaguaruna. No caminho, emoção até mesmo para os participantes. Numa parada em Criciúma, mais de mil crianças aguardavam, ansiosas, a chegada do trem. Ontem, a mesma sensação no trajeto entre Tubarão e Imbituba. Papai Noel chegou a se assustar. No bairro Comasa, em Tubarão, um dos pontos de parada com maior concentração de gente, levou até beliscão. "Doeu", disse o bom velhinho, cercado por crianças ansiosas por beijos e balas ­ talvez não nessa ordem. Nas paradas, o tíquete nas mãos era obrigatório. Azul, carrinho. Rosa, boneca. E pouco antes da partida, bolas azuis. Avós, tias e mães dividiam espaço com crianças. Organização que exigiu apoio até da Polícia Militar e do Exército em alguns pontos.

A espera cansou Dirlene Paes, 32 anos, e mais ainda seus trigêmeos, Leonardo, Rafael e Thiago, de 2 anos. O carrinho de bebê, empurrado sobre a estrada enlameada pela noite de chuva, levou os meninos aos presentes. O sol já aparecia quando chegou a sua vez na fila. Com os três caminhõezinhos de bombeiros nas mãos, ela tentou conter as lágrimas. "Obrigado, obrigado", repetia baixinho. Conseguiu evitar as suas, mas não as dos meninos.

Fonte: Jornal A Notícia

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