18/12/2015

Ferrovia Tereza Cristina transporta 600 contêineres por mês até Imbituba

Schmitz falou dos pontos positivos do recém implantado escritório da ANTT.

Convidado a falar sobre a relação da Ferrovia Tereza Cristina (FTC) com o Porto de Imbituba, o engenheiro Benony Schmitz, diretor da ferrovia, lembrou que ambas as estruturas nasceram juntas, havendo portanto uma espécie de relação umbilical. Após lembrar que o marco zero da Ferrovia foi no interior da área portuária, Schmitz comemora a boa fase da empresa que dirige. Atualmente, diz ele, a FTC está transportando para o Porto de Imbituba, cerca de 600 contêineres por mês, número que deverá ser elevado para mil contêineres no próximo ano.

Para que seja possível atingir essa marca, segundo o entrevistado, há projeto de um novo terminal para a região de Içara, o que permitirá fazer a concentração de um volume maior de carga, tanto do sul Catarinense como do norte do Rio Grande do Sul, com destino ao Porto de Imbituba. Além da natural parceria com o Porto, a Ferrovia contempla também o transporte de minérios até o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo.Segundo Benony Schmitz, que concedeu entrevista ao Jornal Litoral, hoje a Ferrovia trabalha para resgatar o momento que teve no passado, quando atuava com o transporte de cargas gerais para toda a região Sul. Explicou também que a concessão federal da empresa permite tão somente o transporte de cargas. No caso de eventuais viagens de passageiros, trata-se de uma atividade do Museu Ferroviário de Tubarão, que preserva a história da empresa e a divulga.

Após falar da experiência bem sucedida do transporte de estudantes universitários, por iniciativa do prefeito de Içara, o entrevistado admitiu a possibilidade de tornar regular essas viagens, criando um transporte permanente, com veículos adequados. Contudo, para consolidar o projeto, é necessária parceria com empresários da região que já tenham know-how no transporte de passageiros, e interesse em explorar a atividade, por ser um procedimento distinto do transporte de cargas.

Ferrovia Litorânea
Ao explicar a situação atual do projeto da Ferrovia Litorânea, o dirigente da Tereza Cristina renovou sua confiança no empreendimento, até por acreditar que mais cedo ou mais tarde ele será executado. Basicamente, disse, está dependendo principalmente nos entraves criados pela questão da Funai no Morro dos Cavalos. Hoje o projeto está dividido em dois lotes, explicou.

O lote de Tijucas até a região de Joinville, em Araquari está praticamente pronto, enquanto o trecho Sul ainda está dependente da transposição do Morro dos Cavalos. Para ele esse projeto é inevitável, basta avaliar a situação da BR-101 e verificar o aumento na movimentação de carga no trecho. “Chegará o momento em que a duplicação não será suficiente, havendo duas alternativas, ou quadruplicar a BR ou buscar outra alternativa, no caso a Ferrovia”.

Schmitz falou dos pontos positivos do recém implantado escritório da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), segundo ele, por ficar mais próxima para resolver problemas do setor no Estado, o que hoje depende de Brasília. As ações da Frente Parlamentar Catarinense, representada pelo Deputado Federal Pedro Uczai, também mereceram aplauso do entrevistado, reconhecendo que o deputado tem sido um defensor das ferrovias, notadamente o traçado Leste-Oeste que vai do Oeste ao litoral de Santa Catarina.

Trata-se de importante projeto, diz ele, que tem recebido especial atenção daquele parlamentar. O simples fato de discutir ferrovias já é importante, acredita, pois em se tratando de logística a ferrovia não pode ficar de fora. Benony destaca ainda a ação do deputado Edinho Bez e alguns deputados estaduais igualmente empunhando a mesma bandeira. “Temos que pensar em criar estrutura necessária para a próxima década, até para o que o estado mantenha sua capacidade de produção e exportação”, constata.

Além da ação sobre os trilhos, a Ferrovia Tereza Cristina é hoje uma empresa perfeitamente integrada ao cenário comercial e turístico do sul Catarinense, com ações fora dos trilhos, notadamente na área social. É com esse espírito que a empresa criou há 19 anos o projeto Trem de Natal. Neste ano a promoção distribui cerca de 20 mil presentes para crianças ao longo do traçado da Ferrovia, entre Siderópolis e Imbituba.

Segundo Benony Schmitz, o procedimento social é uma forma de compensar eventuais impactos no percurso da Ferrovia, que hoje atravessa por 14 municípios. Essa promoção é hoje considerada como o carro chefe das ações sociais da FTC no Sul do Estado. Esse trabalho é dirigido notadamente às famílias que residem na faixa próxima à malha ferroviária, criando uma espécie de contato diário com as mesmas. O objetivo maior, diz o entrevistado, “é levar um pouco de alento às famílias mais necessitadas, neste momento em que todas as atenções se voltam às festas de final de ano, quando devemos olhar para o outro lado que não o econômico”.

Fonte: Rádio Litoral/Danilo Gomes

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