28/08/2014

Eficiência da infraestrutura exige mais 35 mil km de ferrovias, diz CNT

A Malha Ferroviária brasileira hoje tem aproximadamente 29 mil km, a mesma extensão que o Brasil possuía em 1922. E, enquanto a infraestrutura não evoluiu, a demanda pelo modal não para de crescer. Conforme dados do setor, a movimentação de cargas pelas estradas de ferro teve alta de 94% entre 1997 e 2013, passando de 253,3 milhões de toneladas para 490 milhões. E até 2016, o incremento deve ser de 12,5%, totalizando 550 milhões de toneladas.

Para dar resposta a esse crescimento e garantir eficiência à logística no país, a CNT aponta que é necessário quase duplicar essa malha, com a construção de mais 25,4 mil km de vias férreas. Desses, 1,6 mil km corresponde ao TAV (Trem de Alta Velocidade) que, conforme a entidade, deve ligar Rio de Janeiro (RJ), São Paulo e Campinas (SP). "É uma infraestrutura relevante para o intercâmbio econômico e o turismo da região, em que se insere com o objetivo de garantir um fluxo de transporte rápido e eficiente entre os centros econômicos que atravessa", destaca-se no Plano CNT de Transporte e Logística 2014, lançado nessa sexta-feira (22).

Somando a necessidade de novos trechos ferroviários, com a da recuperação ou duplicação de vias já existentes, a Confederação Nacional do Transporte estima que seria preciso o desenvolvimento de projetos para 35,8 mil km. A eliminação de gargalos como invasões em faixas de domínio e passagens em nível também é apontada como fundamental. Para a CNT, é necessário, ainda, unificar as bitolas (da estreita para a larga), promover a integração de novas vias com as já existentes e também com portos marítimos e hidroviários.

Os investimentos, para isso, devem crescer substancialmente e atingir um montante de R$ 278,7 bilhões, sem contabilizar projetos urbanos. Para se ter uma ideia, entre 2007 e junho de 2014, os recursos federais aplicados no modal chegaram a apenas R$ 12,5 bilhões, uma média de R$ 1,7 bilhão por ano.

Entre os exemplos de intervenções necessárias, a CNT destaca a construção das Ferrovias Norte-Sul, Transcontinental, Cuiabá (MT)-Santarém (PA), de Integração Centro-Oeste, de Integração Oeste-Leste e do Corredor Ferroviário de Santa Catarina. Juntos, esses projetos somam quase 10 mil km.

Parte dos projetos apontados como prioritários para a infraestrutura de transportes do Brasil no documento da CNT já estão previstos no PIL (Programa de Investimentos em Logística), lançado pelo governo federal em 2012. Para o setor ferroviário, o Programa prevê intervenções (com construção ou melhorias) em 11 mil km de vias férreas e investimentos que somam R$ 99,6 bilhões, em parceria com a iniciativa privada, distribuídos em 14 projetos.

O Plano CNT de Transporte e Logística 2014- As propostas do Plano CNT de Transporte e Logística foram divididas em duas tipologias: Projetos de Integração Nacional e Projetos Urbanos, de acordo com o âmbito territorial, as características do serviço oferecido e as esferas de influência. Além disso, são propostos em conjunto, para que sua operação se dê de forma sistêmica. Para a CNT, o potencial multimodal do país será mais bem aproveitado com a implantação simultânea de todos os projetos.

Os de Integração Nacional estão agrupados em nove eixos de transporte, compostos por diversos modais: o Nordeste-Sul, com extremidades em Fortaleza (CE) e em Rio Grande (RS); o Litorâneo, passando por toda a costa entre Belém (PA) e Porto Alegre (RS); o Norte-Sul, que passa pelo interior do país com extremidades em Belém e Uruguaiana (RS); o Amazônico, entre Tabatinga (AM) e Macapá (AP); o Norte-Sudeste, que liga as duas regiões entre Itacoatiara (AM) e Santos (SP); o eixo Leste-Oeste, que atravessa as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste com extremidades em Cruzeiro do Sul (AC) e Salvador (BA); e o eixo Cabotagem, que liga os principais portos marítimos brasileiros, desde Macapá até Rio Grande.

Já os Projetos Urbanos localizam-se principalmente em regiões metropolitanas: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Distrito Federal e entorno, Recife (PE), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Manaus (AM), Belém (PA), Grande Vitória (ES), Baixada Santista (SP), Natal (RN), Florianópolis (SC), Vale do Rio Cuiabá (MT) e Aracaju (SE). Também aborda projetos para núcleos urbanos de média e pequena dimensão que apresentam influência sobre outras cidades ou estados vizinhos, como: Uberlândia (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Vitória da Conquista (BA), Pelotas (RS), Uberaba (MG) e Petrópolis (RJ).
Fonte: Fonte: Agronotícias

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