Ferrovia Litorânea: Ligados pelos trilhos
Em Santa Catarina, muitas obras de transporte estão despontando. A mais falada, sem dúvida, é a duplicação da BR-101, por onde passa boa parte da riqueza do sul do país. Quem tem um pouco mais de memória talvez recorde que, quando a rodovia ficou pronta, a sua necessidade já estava defasada. O mesmo pode acontecer em breve se outras iniciativas não forem tomadas.
Ao fazer um retrato rápido da situação, nota-se que, além do uso de carros de passeio, a BR-101 vive tomada de caminhões carregados de material cerâmico, têxtil e cimento. A expectativa é que a duplicação em si consiga amenizar o problema por apenas mais uma década. Sendo assim, para viabilizar um nova forma de desafogar a via, pensou-se em migrar essas demandas para o transporte ferroviário.
Historicamente, o país passou por um longo período estagnado no modal ferroviário. Da década de 50 para cá, os grandes investimentos foram destinados em sua maioria à malha rodoviária nacional, que ficou ainda mais onerosa em virtude de sua constante manutenção.
Em outras nações como Estados Unidos, Japão e França, existe um processo maciço de modernização ferroviária. Isso se reflete em uma mentalidade de que o transporte de cargas e pessoas tem que ser integrado com as necessidades civis e empresariais de uma economia globalizada.
* Da revista Negócios e Empreendimentos, da Supernova Editora, parceira do Notisul.
De Imbituba a Araquari...
A obra da ferrovia Litorânea Sul visa ligar as cidades de Imbituba e Araquari. O trecho é estratégico para o desenvolvimento do estado. No sul, a Ferrovia Tereza Cristina (FTC), possui 164 quilômetros de trilhos, destinados em grande parte ao transporte de carvão - vindo da região de Criciúma - para o complexo termelétrico Jorge Lacerda, da Tractebel Energia, em Capivari de Baixo. Seus trilhos também são utilizados para o transporte de produtos cerâmicos até o porto de Imbituba para exportação.
Entretanto, a Tereza Cristina encontra-se isolada da malha ferroviária nacional. Já com o novo trecho, as indústrias do norte e do sul do estado poderão integrar-se com todos os três portos de catarinenses. Com o projeto, espera-se que boa parte das cargas transportadas pela BR-101 sejam transferidas para esse modal, o que consequentemente traria uma sobrevida à rodovia.
Isso permitirá que as obras de duplicação sejam úteis por um período de três a quatro décadas, segundo o estudo do projeto.
Gasto com transporte
Todo esse esforço vem a complementar um plano logístico eficiente no estado, para que nenhum centro gerador de atividades econômicas sofra por falta de infraestrutura. O gerente da divisão comercial da Ferrovia Tereza Cristina, Carlos Augusto Menezes, lembra que no Mato Grosso alguns produtores de soja têm um gasto de até 100% em relação ao seu custo de produto com transporte por falta de uma estrutura logística adequada.
A via torna-se fundamental não só do ponto de vista logístico, como também no crescimento dos municípios por onde passam os trilhos.
Passo a passo
• Com a apresentação dos documentos, passa-se ao Plano Básico Ambiental (PBA). Este é composto por uma série de programas que vão desde plano ambiental de construção, passando pela desapropriação, reassentamento e recuperação das áreas degradadas, além da compensação ambiental.
• A previsão é que os projetos sejam apresentados no segundo semestre do próximo ano. A partir daí, inicia-se o processo de licitação dos trechos. A obra deve contar com um financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
• A expectativa é que o trecho fique pronto em 2017 - prazo este que pode ficar suscetível a alterações devido às eleições presidenciais em outubro.
R$ 17,6 milhões é a estimativa de investimento na etapa de elaboração dos projetos executivos da obra, e do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIA).
R$ 1 bilhão é o investimento previsto para o custo total da obra.
235 quilômetros será a extensão da Ferrovia Litorânea.
Lote 1
Inicia a cerca de 1,6 quilômetro ao sul do trevo da BR-101 que dá acesso a Imbituba e estende-se até à margem direita do Rio Tijucas.
Lote 2
Começa na margem direita do Rio Tijucas e estende-se até a junção com a linha férrea da América Latina Logística (ALL), que liga Mafra ao porto de São Francisco, nas imediações da localidade denominada Areias Brancas.
Fonte: Jornal Notisul
Ao fazer um retrato rápido da situação, nota-se que, além do uso de carros de passeio, a BR-101 vive tomada de caminhões carregados de material cerâmico, têxtil e cimento. A expectativa é que a duplicação em si consiga amenizar o problema por apenas mais uma década. Sendo assim, para viabilizar um nova forma de desafogar a via, pensou-se em migrar essas demandas para o transporte ferroviário.
Historicamente, o país passou por um longo período estagnado no modal ferroviário. Da década de 50 para cá, os grandes investimentos foram destinados em sua maioria à malha rodoviária nacional, que ficou ainda mais onerosa em virtude de sua constante manutenção.
Em outras nações como Estados Unidos, Japão e França, existe um processo maciço de modernização ferroviária. Isso se reflete em uma mentalidade de que o transporte de cargas e pessoas tem que ser integrado com as necessidades civis e empresariais de uma economia globalizada.
* Da revista Negócios e Empreendimentos, da Supernova Editora, parceira do Notisul.
De Imbituba a Araquari...
A obra da ferrovia Litorânea Sul visa ligar as cidades de Imbituba e Araquari. O trecho é estratégico para o desenvolvimento do estado. No sul, a Ferrovia Tereza Cristina (FTC), possui 164 quilômetros de trilhos, destinados em grande parte ao transporte de carvão - vindo da região de Criciúma - para o complexo termelétrico Jorge Lacerda, da Tractebel Energia, em Capivari de Baixo. Seus trilhos também são utilizados para o transporte de produtos cerâmicos até o porto de Imbituba para exportação.
Entretanto, a Tereza Cristina encontra-se isolada da malha ferroviária nacional. Já com o novo trecho, as indústrias do norte e do sul do estado poderão integrar-se com todos os três portos de catarinenses. Com o projeto, espera-se que boa parte das cargas transportadas pela BR-101 sejam transferidas para esse modal, o que consequentemente traria uma sobrevida à rodovia.
Isso permitirá que as obras de duplicação sejam úteis por um período de três a quatro décadas, segundo o estudo do projeto.
Gasto com transporte
Todo esse esforço vem a complementar um plano logístico eficiente no estado, para que nenhum centro gerador de atividades econômicas sofra por falta de infraestrutura. O gerente da divisão comercial da Ferrovia Tereza Cristina, Carlos Augusto Menezes, lembra que no Mato Grosso alguns produtores de soja têm um gasto de até 100% em relação ao seu custo de produto com transporte por falta de uma estrutura logística adequada.
A via torna-se fundamental não só do ponto de vista logístico, como também no crescimento dos municípios por onde passam os trilhos.
Passo a passo
• Com a apresentação dos documentos, passa-se ao Plano Básico Ambiental (PBA). Este é composto por uma série de programas que vão desde plano ambiental de construção, passando pela desapropriação, reassentamento e recuperação das áreas degradadas, além da compensação ambiental.
• A previsão é que os projetos sejam apresentados no segundo semestre do próximo ano. A partir daí, inicia-se o processo de licitação dos trechos. A obra deve contar com um financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
• A expectativa é que o trecho fique pronto em 2017 - prazo este que pode ficar suscetível a alterações devido às eleições presidenciais em outubro.
R$ 17,6 milhões é a estimativa de investimento na etapa de elaboração dos projetos executivos da obra, e do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIA).
R$ 1 bilhão é o investimento previsto para o custo total da obra.
235 quilômetros será a extensão da Ferrovia Litorânea.
Lote 1
Inicia a cerca de 1,6 quilômetro ao sul do trevo da BR-101 que dá acesso a Imbituba e estende-se até à margem direita do Rio Tijucas.
Lote 2
Começa na margem direita do Rio Tijucas e estende-se até a junção com a linha férrea da América Latina Logística (ALL), que liga Mafra ao porto de São Francisco, nas imediações da localidade denominada Areias Brancas.
Fonte: Jornal Notisul