Ferrovia Litorânea: Plano ambiental é elaborado
Trabalho já começou a ser feito pelo consórcio STE/Oikos, com um investimento de R$ 3.931.180,00, exclusivamente do governo federal.
Assim como os recentes e maciços investimentos em portos, aeroportos e rodovias, a ampliação da malha férrea catarinense é estratégica para consolidar o desenvolvimento da região e do estado.
Tanto é que dois projetos seguem em paralelo neste sentido: a abertura das ferrovias da Integração (ou do Frango, como ficou mais conhecida por interligar o oeste catarinense) e Litorânea.
Santa Catarina tem 980 quilômetros de ferrovias. Com a ampliação planejada, mais do que duplicará a malha e proporcionará ganhos econômicos até então inimagináveis, em especial para a indústria.
A exemplo da Ferrovia da Integração, a Litorânea também deverá ficar a cargo da Valec Engenharia Construções e Ferrovias, uma espécie de ‘braço’ executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) destinada a toda a logística férrea brasileira.
A Litorânea foi divida em dois lotes. Os projetos de engenharia de ambos seguem em elaboração (veja informações detalhadas no quadro). Iniciaram em 2009, sob investimento na casa dos R$ 20 milhões.
Em paralelo, o Plano Básico Ambiental (PBA), uma das partes mais importantes da obra, também começou a ser realizado. O trabalho é realizado pelo consórcio STE/Oikos, com um investimento de R$ 3.931.180,00, exclusivamente do governo federal.
Os técnicos percorrem todos os 235,6 quilômetros de extensão do traçado planejado de Imbituba, onde terminam os trilhos da Tereza Cristina, sediada em Tubarão, até Araquari, no norte catarinense.
Um salto no crescimento Os principais eixos rodoviários que cortam o estado têm a sua capacidade comprometida em função do crescente aumento do tráfego. Neste aspecto, a construção de ferrovias torna-se fundamental para recriar mecanismos de competitividade e tornar a logística ainda mais atrativa a novas empresas.
Quando estiver pronta, a Ferrovia Litorânea interligará os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além de encurtar distâncias, ampliará de forma significativa as oportunidades de negócios, com maior ênfase às exportações, cujos custos serão bem menores do que hoje.
O trajeto também prevê a interligação dos Portos de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul. O projeto do trecho entre Imbituba e Porto Alegre ainda não começou a ser feito, mas a sua confecção tem estimativa mínima em R$ 18 milhões.
Já o custo da obra em si (trecho catarinense e gaúcho) é previsto que ultrapasse a casa do R$ 1 bilhão. A parte de Imbituba a Araquari (no norte catarinense) já tem Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) aprovado e em vigência. Um trabalho com custo aproximado de R$ 3 milhões, exclusivamente do governo federal.
Pequena, mas gigante em importância para o estado Os 980 quilômetros de ferrovias em território catarinense são operados pela Ferrovia Tereza Cristina (FTC) e pela América Latina Logística (ALL). As linhas operadas pelas FTC, com sede em Tubarão, têm 164 quilômetros de extensão, dez locomotivas e 443 vagões.
Comparada a ALL, a FTC pode parecer pequena, mas tem uma importância gigantesca no desenvolvimento de Santa Catarina, em especial o sul do estado.
A ferrovia interliga a região carbonífera ao Porto de Imbituba, passando por de Capivari de Baixo, Imbituba, Laguna, Tubarão, Sangão, Jaguaruna, Içara, Criciúma, Siderópolis, Morro da Fumaça, Urussanga e Forquilhinha.
Os principais produtos transportados são o carvão mineral (da região carbonífera até o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo) e produtos cerâmicos (até o porto, para exportação).
Com a interligação da FTC à malha nacional, ao norte catarinense e ao sul, pelo Rio Grande do Sul, a nova pequena será uma das mais importantes ferrovias para o sul do país, sem contar a movimentação de cargas nos portos.
Litoral ‘barriga azul’! Interligação dos principais cenários produtivos de Santa Catarina por meio de ferrovias, que por sua vez estarão ligadas aos portos, aeroportos e pontos de escoamento para o restante do país, da América Latina e do mundo, é um investimento mais do que bem-vindo.
Além de baratear o custo da produção, a ampliação da malha férrea desafoga e impacta de maneira positiva na preservação das rodovias. Mais especificamente na região sul de Santa Catarina, o projeto da Ferrovia Litorânea será um complemento para as obras de logística que já chegam ao fim, a exemplo da primeira fase de duplicação da BR-101 e do Aeroporto Regional Sul, em Jaguaruna.
A obra de ampliação e interligação férrea em Santa Catarina começou a ser pauta no governo federal há cerca de dez anos. Os estudos de viabilidade entre 2002 e 2003. Em maio de 2009, o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) lançou o edital para a realização dos estudos de impacto ambiental e dos serviços de arqueologia para obtenção do licenciamento ambiental.
A obra em sua totalidade - trecho catarinense e gaúcho - está estimada em quase R$ 1 bilhão e tem previsão de ficar pronta em 24 meses após a contratação das empresas. Ainda não existe um prazo para o lançamento dos editais.
A Ferrovia Litorânea no trecho catarinense
Nos dois lotes (traçado em roxo no mapa), as empresas responsáveis pela elaboração do projeto de engenharia de cada um também realizam os estudos operacionais de todo o trecho ferroviário em questão, que tem 235,6 quilômetros. O governo federal investe um total de R$ 17.608.057,36 para a confecção destes projetos.
• Lote 1 - De Imbituba Tijucas
Inicia-se a cerca de 1,6 quilômetro ao sul do acesso a Imbituba, via BR-101, e estende-se até a margem direita do rio Tijucas, em um total de 120,6 quilômetros.
Empresa vencedora da licitação: Consórcio Magma/Astep.
Investimento: R$ 9.048.934,52.
• Lote 2 - De Tijucas a Araquari
Inicia-se na margem direita do rio Tijucas e estende-se até a junção com a linha férrea da América Latina Logística (ALL) que liga Mafra, no planalto norte catarinense, ao Porto de São Francisco do Sul, no litoral norte do estado, nas imediações da localidade denominada Areias Brancas, em um total de aproximadamente 115 quilômetros.
Empresa vencedora da licitação: Consórcio Vega/Prosul.
Investimento: R$ 8.559.122,84
• Plano Básico Ambiental (PBA)
Lote único, entre Imbituba e Araquari, em um total de 235,6 quilômetros.
Empresa vencedora da licitação: consórcio STE/Oikos.
Investimento: R$ 3.931.180,00
Frango ‘barriga verde’!
Enquanto o projeto para a abertura da Ferrovia Litorânea, no sul catarinense, é feito, uma outra malha férrea recebeu parecer favorável para construção: a Ferrovia da Integração, ou Ferrovia do Frango, grande produtor de aves, ao litoral.
Os trilhos de Dionísio Cerqueira a Itajaí (traçado em vermelho no mapa) serão assentados pelo 1º Batalhão Ferroviário de Lages, ligado ao Exército. Com o aproveitamento dos militares, ganha-se tempo e fica dispensada a licitação, já que todas as etapas serão feitas por órgãos do governo.
O projeto ficará a cargo da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, uma espécie de ‘braço’ executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) destinada a toda a logística férrea.
O traçado da ferrovia, que ligará toda a região de Chapecó ao Porto de Itajaí, será definido pelos estudos técnicos. A estrada de ferro reforçará a integração territorial da mesma forma que a BR-282, a partir da década de 70.
Com o transporte de produtos e mercadorias aos portos catarinenses, a ferrovia, com cerca de 900 quilômetros de extensão, proporcionará a redução do número de caminhões pesados e uma impulsão extra à indústria e prestação de serviços.
Os ganhos não são apenas em logística, redução do custo produtivo e aumento nas exportações, especialmente de carnes e grãos, mas também ambientais, já que diminuirá a poluição, e em saúde, com provável menor risco de acidentes nas rodovias.
A construção da Ferrovia do Frango está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Inicialmente, o traçado proposto será entre Dionísio Cerqueira, com passagem por Chapecó, Herval D’Oeste, Ponte Alta e Blumenau, até o Porto de Itajaí, no litoral norte catarinense.
Fonte: Jornal Notisul