Santa Catarina começa a construir plano da nova malha ferroviária
O governador Raimundo Colombo se reuniu com lideranças empresariais e políticas para dar encaminhamento ao processo de construção de ferrovias no Estado e de melhorias para o sistema ferroviário. Durante o encontro, começaram a construir a logística para uma futura malha ferroviária integrada em Santa Catarina. A prioridade é a viabilização das ferrovias Litorânea e Leste-Oeste, modais cuja ausência traz grandes perdas para o Estado.
A reunião aconteceu na última sexta-feira, dia 15, na sede da Fiesc em Florianópolis. O presidente da Fiesc, Glauco Corte, apresentou, na ocasião, justificativas que comprovam o prejuízo para o Estado. "O Brasil perde 80 bilhões de dólares por ano ao aproveitar pouco essa forma de transporte", conclui. Em Santa Catarina, o número também é significativo: os prejuízos somam R$ 32 bilhões por ano apenas com a ausência de duas ferrovias: uma litorânea integrando os portos e a outra fazendo a ligação da região Oeste com o Leste do Estado. Além do maior custo logístico, a presença de caminhões nas estradas e a falta de controle no peso transportado piora as condições das rodovias em Santa Catarina e aumenta a insegurança no tráfego.
Fórum cobrará cronograma do Ministério sobre ferrovias de SC
O deputado federal Décio Lima (PT), coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, anunciou a criação de um grupo de trabalho para estabelecer, junto ao Ministério dos Transportes, um cronograma para implantação das ferrovias Litorânea (Norte-Sul) e da Integração (Leste-Oeste) em Santa Catarina.A proposta foi apresentada por Décio no encerramento do Seminário sobre Ferrovias, promovido pelo colegiado na última sexta (15),realizado na sede da FIESC,em Florianópolis.
- A exemplo do que fizemos com a duplicação da BR 470, através do Fórum Parlamentar, queremos que o Ministério dos Transportes defina também os prazos desta importante obra logística para Santa Catarina”, observou o deputado.
O seminário reuniu mais de 200 lideranças políticas e empresariais de Santa Catarina, que manifestaram total apoio a ampliação do modal ferroviário, através das duas estradas de ferro, como alternativa logística para o desenvolvimento econômico do estado.
O evento, que lotou o auditório da FIESC - Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, trouxe como palestrantes o presidente da EPL – Empresa de Planejamento e Logística, Bernardo Figueiredo, o diretor de Infraestrutura Ferroviária do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Mário Dirani, e o diretor de Operações da Valec Engenharia Construções e Ferrovias, Bento José de Lima.
Ferrovias
– A intenção do Governo Federal é que a Ferrovia da Integração (Leste-Oeste) e a Ferrovia Litorânea (Norte-Sul) estejam em condições de licitação até o final deste ano, com início das obras em 2014, informou Bernardo Figueiredo, presidente da EPL. O modelo será de ferrovia aberta, ou seja, “a empresa vai construir e gerenciar o sistema, mas não operar os trens, e sim disponibilizar a todos interessados uma ferrovia competitiva para o setor produtivo”, acrescentou.
A Ferrovia Litorânea terá 235,6 quilômetros de extensão, no segmento Imbituba – Araquari, permitindo interligar os portos de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul, além de incorporar aFerrovia Tereza Cristina ao Sistema Ferroviário Nacional.
A obra da Ferrovia Litorânea está na fase de conclusão do projeto executivo de engenharia e valor estimado de R$ 17,6 milhões para sua execução. Também está em estudo ampliar a linha até o Porto de Paranaguá (PR). Depois de concluída, prevê-se o aumento da densidade de carga de 6 milhões de toneladas em 2010 para 9 milhões em 2030.
Já a Ferrovia Leste-Oeste, conhecida como a Ferrovia da Integração, terá 848 quilômetros de extensão, no segmento Itajaí – Chapecó – Dionísio Cerqueira, e escoará a produção do Oeste do Estado para os portos catarinenses, integrando os modais de transporte. A previsão é de que, em 2030, a ferrovia deverá transportar 5,7 milhões de toneladas nos trechos mais movimentados.
Santa Catarina
- Atualmente, Santa Catarina conta com 980 quilômetros de ferrovias operados pelaFerrovia Tereza Cristina (FTC) e pela América Latina Logística (ALL). A ALL opera em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Sul de São Paulo e Argentina. O complexo ferroviário tem 15 mil quilômetros de extensão por onde passam 584 locomotivas e 17,5 mil vagões.
Já as linhas operadas pelas FTC têm 164 quilômetros de extensão, dez locomotivas e 443 vagões. A ferrovia interliga a região carbonífera de Santa Catarina ao Porto de “Imbituba, passando por de Capivari de Baixo, onde se situa a usina termelétrica Jorge Lacerda. A malha também passa por Imbituba, Laguna, Tubarão, Sangão, Jaguaruna, Içara, Criciúma, Siderópolis, Morro da Fumaça, Urussanga e Forquilhinha.
Fonte: Clipping ANTF