No Ministério da Infraestrutura, FIESC mostra viabilidade de ferrovias em SC
Em reunião com o secretário-executivo do Ministério da
Infraestrutura, Marcelo Sampaio, e sua equipe técnica, o presidente da
Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, mostrou a
viabilidade dos projetos ferroviários demandados por Santa Catarina e
entregou a Agenda Estratégica para a Infraestrutura de Transporte e a
Logística 2021, documento que contempla as propostas da entidade para a
área. O encontro foi realizado nesta quarta-feira, dia 13, no
Ministério, em Brasília, e contou com a participação do diretor Cesar
Olsen, e do gerente de logística da Federação, Egídio Martorano.
“O Ministério se comprometeu a reavaliar os estudos de viabilidade
técnica, econômica e ambiental (EVTEAs) das ferrovias com a visão de
valorizar as cargas com valor agregado. Mostramos para o secretário e
sua equipe a necessidade de ferrovias para o estado e eles aceitaram bem
a nossa visão”, afirmou Aguiar. Também ficou definido que o órgão vai
estudar a possibilidade de execução de novas obras no trecho norte da
BR-101, como contornos e rodovias paralelas, por exemplo.
“A visão de que é inviável ter ferrovia em Santa Catarina é equivocada.
Há um enorme potencial de transporte de cargas de alto valor agregado.
Voltamos a insistir nesta posição na reunião desta quarta-feira, a
exemplo do que fizemos quando estivemos no Ministério em novembro e em
dezembro”, ressalta Aguiar. Ele destaca que a FIESC fez um levantamento e
todos os portos mais significativos do mundo e do Brasil têm conexão
ferroviária. “Em Santa Catarina temos cinco portos e ocupamos uma
posição de destaque. Sediamos o segundo e o quarto porto mais
movimentado do país, mas faltam ferrovias integradas à malha nacional”,
completou.
No documento entregue ao secretário-executivo, a FIESC defende uma série
de medidas. Entre elas: realizar a atualização dos dados para os
Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Sócio-ambiental (EVTEAs) dos
projetos ferroviários Corredor Leste–Oeste (SC) e Litorânea (SC), de
forma integrada, considerando as cargas de valor agregado, a
intermodalidade e incorporando a carga industrial, conforme a nova
versão do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), previsto
para março.
Considerando os resultados positivos na viabilidade socioeconômica do
Corredor Leste-Oeste (SC), de Chapecó até Navegantes, a FIESC defende
incorporar ao projeto da ferrovia Litorânea uma extensão do seu traçado
que permita inserir o acesso ferroviário também para o porto de Itapoá. O
empreendimento registra grande movimentação e se encontra em plena
expansão, já contribuindo substancialmente para a movimentação de carga
de contêineres do Brasil.
Na atualização proposta para a Ferrovia Litorânea (SC), deve ser
avaliada uma alternativa viável para a zona metropolitana de
Florianópolis, em face à construção em andamento do Contorno Viário, que
gera conflito com o projeto anterior. Neste aspecto, é essencial a
participação dos municípios do entorno, além de medidas visando garantir
a integridade do futuro traçado.
No documento entregue ao Ministério, a FIESC defende ainda uma solução
de consenso para a questão do componente indígena, no Morro dos Cavalos,
permitindo a construção de túnel ferroviário. Esta medida poderá,
inclusive, possibilitar o término da duplicação da rodovia BR-101. Cabe
ressaltar que as desembocaduras Norte e Sul do túnel proposto estão
localizadas fora da área indígena, em processo de reivindicação.
Ainda no ofício, a Federação destaca o futuro da BR-101, um eixo
estratégico para o país e o Mercosul, cujos níveis de serviços já estão
comprometidos, em função da pujante atividade econômica do seu entorno,
do crescimento urbano exponencial, da expansão da atividade logística,
portuária, do turismo e serviços em geral. A situação exige medidas para
ampliação de capacidade propostas pelo Grupo Paritário de Trabalho da
ANTT, visando a melhoria da segurança e fluidez da rodovia, no curto
prazo.
Entretanto, para a integridade no médio e longo prazos, é necessário
considerar um corredor multimodal. Nesse aspecto, o projeto da Ferrovia
Litorânea poderá garantir no futuro a segurança, integridade e fluidez
do corredor, garantindo a competividade das atividades econômicas do
entorno e contribuindo para geração de emprego e renda.
No encontro, Aguiar também chamou a atenção para as demandas que constam
na Agenda de Infraestrutura da FIESC e destacou como prioridades para
2021 um conjunto de obras já em andamento (veja abaixo). Na publicação
estão contempladas as necessidades para todos os modais de transporte,
considerando as matrizes: planejamento, investimentos, política e gestão
logística empresarial. Também compõe a agenda documentos específicos e
relacionados com temas estratégicos: agenda portos, propostas dos grupos
técnicos da FIESC: BR-101 do Futuro e Rodovias Oeste SC do Futuro,
dentre outros.
Prioridades para 2021 em obras federais já em andamento:
BR-282: Adequação de capacidade entre Chapecó e São Miguel d’Oeste - Valor Estimado Anual: R$ 36 milhões
BR-163: Ampliação de capacidade entre São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira - Valor Estimado Anual: R$ 52,5 milhões
BR-280: Lotes 1; 2.1; e 2.2 - Valor Estimado Anual: R$ 200,4 milhões (3 lotes)
BR-470: Lotes 1; 2; 3; e 4 - Valor Estimado Anual: R$ 149,7 milhões (4 lotes)
BR-285: Implantação - Valor Estimado Anual: R$ 35 milhões
CREMA: Investimentos no Programa de Conservação, Restauração e
Manutenção das Rodovias: BRs: 470, 280, 282, 153, 158, 163, 480 e 101,
com valor estimado anual de R$ 400 milhões.
A entidade também defende priorizar o acesso aquaviário aos portos com a
dragagem de aprofundamento do canal externo no acesso da Baía da
Babitonga, com valor de investimento estimado na ordem de R$ 280
milhões, bem como a 2ª etapa da bacia de evolução do complexo Portuário
de Itajaí, conforme manifesto enviado ao Ministério em setembro de 2020,
com investimentos previstos na ordem de R$ 250 milhões.
A FIESC ainda reforçou a importância de considerar a realização de uma
PMI para a concessão integrada das BRs 163, 282 e 470 – O Eixo
Rodoviário Estratégico de Santa Catarina –, incorporando uma das
rodovias estaduais: SC-110 ou SC-108.
Fonte: Rádio Rural