24 anos de histórias e um futuro de muitas possibilidades
Em 1997 iniciava a operação da Ferrovia Tereza Cristina S/A, por
meio de um contrato de concessão com o Governo Federal, para assumir o
modal ferroviário da malha Sul catarinense. Na época, com foco no
transporte de carvão mineral da região carbonífera para o Complexo
Termelétrico Jorge Lacerda (CTJL), em Capivari de Baixo. Com o passar
dos anos, outras cargas passaram a compor a trajetória da
Concessionária, saindo do Terminal Intermodal Sul com destino ao Porto
de Imbituba, para cabotagem.
“Nosso caminho sempre foi pautado na ética, no desenvolvimento contínuo e
na responsabilidade social, ambiental e corporativa, em busca de
excelência e reconhecimento. Os próximos anos não serão diferentes,
seguiremos o propósito de transportar carga pela linha férrea com todos
os valores implementados a cada passo de nossa atuação, com a certeza de
que o setor se desenvolva, ainda mais, e que seja uma oportunidade de
crescimento para toda a região”, conta o diretor-presidente da FTC,
Benony Schmitz Filho.
Em 24 anos de histórias, a Ferrovia investiu na ampliação da malha,
reduziu o número de acidentes, de Passagens em Nível e cruzamentos
irregulares, passou a usar biodiesel nas locomotivas, melhorou a via
permanente, investiu em responsabilidade socioambiental, saúde e
segurança ocupacional e operacional. Em meio a tantas conquistas, foi
certificada nas Normas Regulamentadoras ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS
18001. Hoje, se prepara para a transição da OHSAS 18001 para a ISO
45001.
A Concessionária transportou, entre 1997 e 2020, mais de 67 milhões
toneladas de cargas, sendo mais de 64 milhões de carvão mineral e quase 3
milhões de toneladas de cargas diversas em contêineres. Com uma frota,
em operação, composta de 13 locomotivas e 279 vagões, a FTC contribui
com a economia de 14 municípios catarinenses.
Desde que assumiu a Concessão, a Ferrovia gerou recursos em benefício do
Estado e da sociedade. Arrecadou mais de R$ 244 milhões para o Tesouro
Nacional em outorga, arrendamento e tributos. Realizou investimentos
acima de R$ 77 milhões no sistema ferroviário, o que permitiu cumprir
suas metas com seus clientes, usuários e com o Poder Concedente.
O cenário de futuro da ferrovia no sul de SC
O cenário do transporte ferroviário e as perspectivas para o momento
pós-pandemia, da COVID-19, mostram o quanto o setor é importante para a
mobilidade urbana, seja por meio da movimentação de pessoas, de bens ou
de mercadorias e, de maneira geral, na movimentação da economia.
A melhoria e o crescimento do setor ferroviário em Santa Catarina estão
vinculados à integração entre os modais e ampliação da malha. “Com
melhor aproveitamento das malhas já existentes, interligando-as por meio
de novos trechos, com base nos estudos e projetos que tramitam no
governo federal, deve ampliar a oferta e a demanda de cargas que podem
ser transportadas pelas ferrovias, vislumbrando benefícios para todas as
partes”, explica o diretor de operações, Luís Mario Novochadlo.
Hoje, a FTC transporta, em sua grande maioria, o carvão mineral, para
geração de energia no Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (CTJL). Existe
a possibilidade de atendimento de novas cargas, como já ocorre com o
transporte de contêineres, que chegam por meio do Terminal Intermodal
Sul e seguem para o Porto de Imbituba que, por meio da cabotagem, chegam
a outros destinos do Brasil. O nicho tende a crescer, considerando o
desenvolvimento da região, a futura interligação com outras ferrovias
localizadas no Estado e a integração com os outros modais.
Breve história ferroviária no Brasil
A primeira ferrovia brasileira foi inaugurada em 1854 pelo Imperador Dom
Pedro II e possuía uma extensão de 14,5 km, conhecida como Estrada de
Ferro de Mauá, no Rio de Janeiro. Esta trouxe integração entre o
transporte aquaviário e o ferroviário. Sua operação foi considerada o
primeiro transporte intermodal no Brasil.
A evolução das ferrovias continuou no século XX. Em 1900 o Brasil
expandiu sua extensão da malha para 15,316 quilômetros totais. No ano de
1919 o país já possuía 28.128 quilômetros de linha férrea. O Estado de
São Paulo foi o que obteve maior expansão, nessa fase ele passou
a ter 18 ferrovias, com isso o crescimento industrial e agrícola
paulista registrou um crescente.
Já a evolução das locomotivas de mecanismo a vapor para a tração
elétrica ocorreu na década de 1920 e, posteriormente, em 1938 surge a
tração diesel-elétrica. Além disso, outras importantes ferrovias foram
criadas entre 1900 e os anos 30.
Na década de 30, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas, cresce a
priorização das rodovias colocando as ferrovias em segundo plano. Por
conta disso, o Governo Federal iniciou um processo de estatização da
malha férrea, que até então era operada por empresas de capital
estrangeiro, com o intuito de impedir que as ferrovias declinassem.
Contudo, a falta de planejamento governamental acarretou a precarização
das linhas férreas. A expansão passa a ocorrer a passos lentos, entre
1940 e 1948 as ferrovias só expandiram 1.371 quilômetros.
No ano de 1957 o presidente Juscelino Kubitschek assina a Lei 3.115, que
criou a Rede Ferroviária Federal S/A, uma empresa de economia mista e
administração indireta do Governo, passando a administrar as estradas de
ferro de propriedade do Governo Federal.
Na era JK intensificou-se os investimentos em ferrovias, e em 1960 a
linha férrea brasileira chega ao ápice com 38.287 quilômetros totais. No
período da ditadura militar as ferrovias têm o seu maior encolhimento,
em 1964 inicia o “plano de erradicação de trechos deficitários”, caindo a
malha ferroviária para 29.184 km.
Já em 1990 se inicia a era da privatização, por meio do Programa
Nacional de Desestatização (PND), criado pelo Governo Federal com o
objetivo de melhorar os serviços e o investimento no setor. Hoje, a
extensão das ferrovias no país é de 30.485 quilômetros, onde 29 deles
são administrados por concessão público privada.
O Brasil possui 13 malhas regionais privatizadas, operadas por
concessionárias privadas ou empresas públicas de capital aberto, como a
VALEC.
No início do ano de 2019, o Governo Federal retomou o plano de
privatização. O primeiro passo foi a realização de leilão de concessão
da ferrovia Norte-Sul, que liga o município de Estrela D'Oeste (SP) ao
município de Porto Nacional (TO), passando por diversos estados
brasileiros e que possui extensão total de 1.537 km. A empresa vencedora
foi a Rumo Logística, com lance de R$ 2.719 bilhões. Outros
investimentos têm sido anunciados pelo Governo Federal e há uma grande
expectativa de desenvolvimento do setor.
Os caminhos de ferro começam a entrar, efetivamente, em uma nova fase de
investimentos e de expansão da malha federal. No momento, em que o
Brasil ainda dimensiona os impactos socioeconômicos causados pela
pandemia da COVID-19 e busca alternativas para minimizar os danos à
população, vem do setor ferroviário uma resposta concreta, com efeitos
diretos sobre o processo de retomada do País e a matriz do transporte
nacional.
Fonte: Assessoria de Comunicação