Nova Ferroeste estima receber investimentos na ordem de R$ 20 bilhões
Após conclusão, ferrovia impactará, diretamente, 425 municípios nos estados do MS, PR e SC e se tornará um dos principais trechos ferroviários do país. Trajeto promete transportar até 35 milhões de toneladas de cargas, apenas durante o primeiro ano de operação.
Considerada um dos principais projetos ferroviários do país, a Nova Ferroeste, ferrovia que promete ligar os estados de Mato Grosso do Sul e Paraná, avança a cada dia, rodeada de expectativas. Isso porque, após concluída, deve se tornar um dos mais importantes trechos de transporte de cargas sobre trilhos do Brasil e um dos maiores corredores de exportação dos produtos nacionais.
O novo trajeto, de 1.285 km de extensão, conectará as cidades de Maracaju (MS) e Paranaguá (PR), em um projeto audacioso: o primeiro trecho ligará a cidade sul-matogrossense ao município de Cascavel (PR), em um percurso de 507 km; o segundo, entre Cascavel e Guarapuava (atual traçado da ferrovia, com 246 km), será modernizado; na sequência, uma nova extensão, de 353 km, interligará Guarapuava e Paranaguá. Além disso, um ramal multimodal, de 140 km, também deve unir o município de Cascavel ao de Foz do Iguaçu. Ao todo, a estrada de ferro terá influência direta em 425 cidades nos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Não à toa, este projeto vem sendo chamado de super ferrovia ou Corredor Oeste de Exportação, acompanhado de uma variedade de perspectivas positivas. É o que diz o presidente da Ferroeste, André Luiz Gonçalves: “Após a conclusão deste projeto, a Ferroeste irá se tornar uma das mais importantes ferrovias do país, atrás apenas da Norte-Sul e da Transnordestina (ambas ainda em construção, com 4.155 km e 1.728 km de extensão, respectivamente). Ou seja, teremos aqui um trecho ferroviário com capacidade para atender as principais áreas produtivas nacionais”.
Com a ampliação da Ferroeste, a expectativa é atrair novos investimentos para o trajeto. “Não tenho dúvidas de que a ferrovia irá captar muitos aportes, tanto nacionais quanto internacionais. Nossa expectativa é que chegue na ordem de R$ 20 bilhões”, salienta Gonçalves.
Segundo ele, os estudos apontam também uma economia de até 30% nos custos de transporte da área produtiva do Estado. “Em 2019, por exemplo, quando demos início aos estudos de implantação do projeto, havia uma informação que apontava que as cooperativas do Estado, que são as maiores da América do Sul, economizariam cerca de R$ 800 milhões em fretes caso a Nova Ferroeste já estivesse em operação naquele momento. Hoje, essa economia giraria em torno de R$ 1 bilhão. Esse dinheiro poderá ser aplicado na própria região”, ressalta.
Outra vantagem do novo trajeto é o aumento da capacidade de transporte da ferrovia, que vai crescer muito em comparação ao que é movimentado atualmente, pontua o executivo. “Fazemos o transporte de, em média, 1 milhão de toneladas de cargas ao ano no atual trecho e, com a ampliação, faremos a movimentação de aproximadamente 35 milhões, ou seja, 35 vezes mais, apenas no primeiro ano de operação da nova ferrovia. Esse volume pode aumentar muito mais, porque são dois estados agroindustriais muito fortes, tanto o Mato Grosso do Sul quanto o Paraná”.
Há ainda a questão da empregabilidade, já que o projeto deve gerar mais oportunidades de trabalho para a região. “Com certeza, essa é uma iniciativa que vai mobilizar bastante mão de obra, tanto para a fase de construção do novo percurso quanto para os postos de trabalho que serão gerados após a conclusão, como cargos operacionais, de manutenção, de operação de locomotivas, entre outros. Serão milhares de empregos gerados a partir deste projeto”, acrescenta.
Para ele, o mundo todo tem ferrovias que transformam a realidade local e a ideia é fazer isso também no Brasil. “Nós torcemos não apenas pelo sucesso do nosso projeto, mas também para o de todos os outros que envolvam o modal ferroviário no Brasil. Com todos dando certo, quem ganha é o país”, finaliza.
Foto: Gilson Abreu/AEN
Fonte: Jornal da Fronteira